domingo, 27 de novembro de 2011

ÊPA ORIXALÁ


É o primeiro orixá criado por Olorum (Deus Supremo). Ele também é conhecido pelos nomes de Orixalá e Obatalá. A missão específica de Oxalá foi criar o mundo. Segundo as lendas, ele é o pai de todos os Orixás. Portanto, está acima de todos na hierarquia divina.
Pesquisadores associam Oxalá ao elemento ar. Isso se deve ao fato de ele representar o céu – o princípio de tudo. Segundo a lenda, o céu, ao tocar o mar, teria criado os demais orixás que receberam a incumbência de cuida de todos os seres do planeta. No entanto, outra fonte diz que Oxalá foi casado com Yemanjá, e essa união deu origem aos orixás. Assim como outras crenças dizem que Oxalá teve filhos orixás com Nana Buruku – Iroko, Oxumarê e Obaluaiê (Conhecido como Omulu).
Oxalá é representado pela cor branca, que também é associada a tudo o que se refere a Umbanda. Para Oxalá, o branco significa a serenidade, a calma, o silêncio, indicando que ele não gosta de violência, disputas ou barulho, assim como não gosta de cores fortes. Oxalá é homenageado por todos os praticantes e cultuado como a figura do pai, demonstrando sabedoria a autoridade, mas também é sensível e tem a capacidade de demonstrar sua força, poder e conhecimentos sem usar de violência – através da argumentação.
Conta à lenda que Oxalá viu – se em desavença com Exu – o senhor dos caminhos. O que aconteceu foi que Oxalá recusou – se várias vezes a fazer as oferendas que Exu exigia. Então, Exu vingou – se fazendo com que Oxalá sentisse uma sede anormal. Para matar a sede, Oxalá furou a casca de uma palmeira com seu cajado (Opaxorô) e bebeu o líquido, uma espécie de vinho, embriagou – se e dormiu.
Odudua, seu irmão mais jovem e grande rival, roubou a sacola mágica e apresentou – se a Olorum, que lhe deu a tarefa da criação. Conta a lenda que no caminho entre orum e o mundo, Odudua encontra uma grande extensão de água, onde o camaleão jogou terra. Essa foi se acumulando até ficar mais alta que a linha da água, formando ilhas, enfim, a Terra. Odudua teria se estabelecido então na cidade de Ilé Ifé, com mais quinze Orixás.
CONHECENDO MAIS OXALA
Oxalá ou Obatala, o Orixá, o Rei da Roupa Branca ou, ainda, o Grande Orixá é o mais importante dos deuses Yorubá. Foi o rimeiro a ser criado por Olodumaré, o Deus Supremo, que lhe conferiu o poder de sugerir, Axé, e de realizar, Axé, razão pela qual é saudado com o título de Alabalaxé.
Oxalá tinha um caráter bastante obstinado e independente, o que lhe causaria inúmeros problemas. Foi o encarregado, por Olodumaré, de criar o mundo e o Deus Supremo entregou-lhe, antes da partida, o saco da criação. O poder que Oxalá havia recebido não o dispensava de respeitar certas regras e de se submeter a diversas obrigações. Em razão do seu caráter altivo, ele recusou-se a fazer alguns sacrifícios e oferendas a Exu, antes de iniciar sua viagem para ir criar o mundo. Oxalá se pôs a caminho apoiado numa grande bengala de estanho, seu Opa Oxorô ou Paxorô, o bastão para fazer as cerimônias
No momento de ultrapassar a porta para sair do além, encontrou Exu que, entre as suas múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre os dois mundos, o que seria criado e o outro. Exu, descontente com a recusa do grande Orixá em fazer as oferenda pedidas, vingou-se fazendo-lhe sentir uma sede intensa. Oxalá, para matar sua sede, não teve outro recurso se não o de furar com o seu Paxarô a casca do tronco de um dendezeiro. Um liquido refrecante dele escorreu: era o vinho de palma. Oxalá bebeu-o ávida e abundantemente. Ficou bêbado, não sabia mais onde estava e caiu adormecido. Veio, então, Odudúa, criado por Olodumaré depois de Oxalá, e grande rival deste. Vendo o grande Orixá adormecido, roubou-lhe o saco da criação, dirigiu-se a presença de Olodumaré para mostrar-lhe seu achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá. Olodumaré exclamou: "Se ele está neste estado, vá você, Odudúa! vá criar o mundo!" Odudúa saiu, assim, do Outro-Mundo e se encontrou diante de uma extensão ilimitada de água. Deixou cair a substância marrom contida no saco da criação. Era terra. Formou-se, antão, um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas e a terra ia-se alargando cada vez mais. Isto em Yorubá se diz ile ifé, expressão que deu origem ao nome da cidade de Ilê/Ifé. Odudúa aí se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás e tornou-se o rei da Terra.
Quando Oxalá acordou não mais encontrou, ao seu lado, o saco da criação. Despeitado, voltou a Olodumaré. Este, como castigo pela sua embriaguez, proibiu a o grande Orixá, de beber vinho de palma e, mesmo, de usar azeite de dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos aos quais ele, Olodumaré, insuflaria a vida.
Por esta razão, Oxalá é também chamado de Olomanrere, o "proprietário da boa agila". Pôs-se a modelar corpo dos homens mas não levava muito a sério a proibição de beber vinho de palma, e nos dias em que se excedia, os homens saíam de suas mãos contrafeitos, deformados, capengas, corcundas. Alguns, retirados do forno antes da hora, saíam mal cozidos e suas cores tornavam-se tristemente pálidos, eram os albinos. Todas as pessoas que entram nestas tristes categorias são-lhes consagrados e tornam-se adoradores de Oxalá. Oxalá - Obatalá é casado com Yemowo. Suas estátuas são colocadas lado a lado - cobertas com traços e pontos feitos com giz - no Ilessin, local de adoração deste casal, no templo Idetá-ilé, no quarteirão Itapa, em Ifé.
Yemowo foi, segundo dizem, a única mulher de Oxalá. Um caso excepcional de monogamia entre os Orixás e Eboras, muito inclinados, já o vimos anteriormente, a ter aventuras amorosas múltiplas e a renovar facilmente seus votos matrimoniais.
Oxalá é considerado, tanto no Brasil como na África, como sendo o maior dos Orixás. Seus adeptos usam colares de contas brancas e vestem-se, igualmente, de branco. Sexta-feira é o dia da semana que lhe é consagrado. É sincretizado com o Senhor do Bonfim, sem outra razão aparente se não a de ter um enorme prestígio, na Bahia, e inspirar, fervorosa devoção aos habitantes de todas as categorias sociais. Diz-se, na Bahia, que existem dezesseis Oxalás, sendo, porém, dois os mais evocados: Oxalufan e Oxagiyan.
O primeiro, Oxalufan, foi o rei de Ifan, é um Oxalá muito velho, curvado pelos anos, que anda com dificuldade e hesitação, como se estivesse atacado pelo reumatismo.
Ele apoia seus passos cabaleantes sobre um Paxorô, grande bastão de metal branco, encimado pela imagem de um pássaro e ornado por discos de metal e pequenos sinos. Em contraste, Oxagiyan, que foi rei de Ejigbo, é um guerreiro jovem e valente. Ele gostava, exageradamente, de inhame triturado no pilão, prato denominado Yan, em Yorubá, o que lhe valeu o apelido de "o Orixá que come inhame pilado", expressão equivalente, em Yorubá, a Orixá je iyan, que daria origem ao nome Oxagiyan. Quando as iaôs deste orixá dançam, elas brandem um pilão e um escudo numa das mãos e, na outra, uma espada. Saúdam-se estes dois Oxalás gritando-se Epa Babá, "Viva o Pai" ou, então, Exé eee!, "Boa Atividade".
Existe uma lenda, contada na Bahia, e ainda difundida na África sendo que, em Cuba, uma versão muito próxima foi recolhida por Lydia Cabrera - segundo a qual "Oxalufan rei de Ifan tinha decidido fazer uma visita a Xangô, rei de Oyo, seu vizinho e amigo. Antes de partir, Oxalufan consultou um Babalaô para saber se sua viagem se realizaria em boas condições . O Babalaô respondeu que ele seria vítima de um desastre, não devendo, portanto, realizar a viagem. Oxalufan, porém, tinha um caráter obstinado e persistiu em seu projeto. O Babalaô lhe confirmou que a viagem seria muito penosa, que teria de sofrer numerosos revezes e que, se não quisesse perder a vida, não devia nunca recusar os serviços que, por acaso, lhe fossem pedidos, nem reclamar das conseqüências que disso resultasse. Deveria, também, levar três roupas brancas para trocar.
Oxalufan se pôs a caminho e, como fosse velho, ia lentamente apoiado em seu cajado de estanho Encontrou, logo depois, Exu Elopo Pupa, "
Exu-dono-do-azeite-de-dendê", sentado à beira da estrada com um barril de azeite de dendê ao seu lado. Após uma troca de saudações, Exu pediu a Oxalufan que o ajudasse a colocar o barril sobre a sua cabeça. Oxalufan concordou e, durante a operação, Exu derramou de propósito, maliciosamente, o conteúdo do barril sobre Oxalufan, pondo-se a zombar dele. Este não reclamou, seguindo as recomendações do Babalaô. Lavou-se no rio próximo, pôs uma roupa nova e deixou a velha como presente. Continuou a andar, com esforço, e foi vítima, ainda, por duas vezes, de tristes aventuras com Exu-Eledu, "Exu-proprietário-do-carvão-de-madeira" e Exu Aladi, "Exu-proprietário-do-óleo-de-amêndoa-de-palma".
Oxalufan, sem perder a paciência, lavou e trocou de roupa após cada uma das experiências. Chegou, finalmente, à fronteira do reino de Oyo, e lá encontrou um cavalo que havia fugido, pertencente à Xangô. No momento em que Oxalufan quis amansar o animal, dando-lhe espigas de milho, e tendo a intenção de levá-lo ao seu Senhor, os servidores de Xangô, que estavam à procura do animal, chegaram correndo. Pensando que o homem idoso fosse um ladrão, caíram sobre ele com golpes de cacete, e jogaram-no na prisão. Sete anos de infelicidade se abateram no reino de Xangô. A seca comprometia a colheita, as epidemias acabavam com os rebanhos, as mulheres ficavam estéreis.
Xangô, tendo consultado um Babalaô soube que toda esta desgraça provinha da injusta prisão de um velho homem. Após seguidas buscas e diversas perguntas, Oxalufan foi levado à sua presença e ele reconheceu seu amigo Oxalá. Xangô, desesperado pelo que havia acontecido, pediu-lhe perdão e deu ordem aos seus súditos para que fossem todos vestidos de branco e guardando silêncio em sinal de respeito, buscar água três vezes seguidas a fim de lavar Oxalufan. Este, voltou em seguida à Ifan, passando por Ejigbo para visitar seu filho Oxagiyan, que feliz por rever seu pai, organizou grandes festas com distribuição de comidas a todos os habitantes do lugar".
Esta lenda é comemorada todos os anos, na Bahia, em certos terreiros, particularmente naqueles de origem Ketu, provenientes dos candomblés da Barroquinha. O ciclo dessas festas se estende por várias semanas.
Numa sexta-feira, dia da semana que no Brasil é consagrado a Oxalá, os Axés do deus são retirados do seu Peji e levados em procissão até uma pequena cabana, feita de palmas trançadas e simbolizando a viagem de Oxalufan, sua ida a prisão e seu cativeiro.
Na sexta-feira seguinte, ou seja, sete dias após, representando os sete anos de incarceração, tem lugar a cerimônia da "Água de Oxalá", águas para lavar Oxalá. Todos os que participam da cerimônia chegam de véspera, à noite. O maior silêncio é observado a partir da quinta-feira, ao findar do dia, estendendo-se até a manhã do dia seguinte. Os participantes vão, antes da aurora, pegar a "Água de Oxalá", todos vestidos de branco e com a cabeça coberta com um pano igualmente branco.
Formam um longo cortejo que vai em silêncio, procedidas por uma das mais antigas mulheres dedicadas a Oxalá, que agita sem parar um pequeno sino de metal branco, chamado Adjá. Fazem três viagens até a fonte sagrada. Nas duas primeiras. a água é derramada sobre os Axés de Oxalá. Esta parte do ritual é realizada como lembrança das pessoas do reino de Oyó que foram, em silêncio de vestidas de branco, buscar água para Oxalufan se lavar. Na terceira vez, que corresponde ao nascer do dia, os vasos cheios d'água são arrumados em volta do Axé de Oxalá. A proibição de falar é sustada, cânticos acompanhados pelo ritmos dos tambores são entoados, e transes de possessão de produzem entre as filhas de Oxalá como testemunhos da satisfação do deus.
No domingo seguinte, tem lugar uma cerimônia, pouco importante mas, exatamente uma semana depois, realiza-se uma procissão que leva os Axés de Oxalá ao seu Peji, simbolizando a volta de Oxalufan ao seu reino.
O terceiro domingo, finalizando o ciclo das cerimônias, é chamado de "Pilão de Oxagiyan" e evoca as preferências gastronômicas desse personagem. Distribuições de comidas são realizadas em seu nome, a fim de festejar a volta do pai. Neste dia, uma procissão leva ao barracão pratos contendo inhame pilado e milho cozido, sem sal e sem azeite de dendê, mas com limo da Costa. Pequenas varas de Atorí, chamadas Ixans, são entregues aos Oxalás manifestados, às pessoas ligadas ao terreiro e aos visitantes importantes. Uma roda se forma, onde as dançarinas se passam curvados diante dos Orixás que lhes dão, na passagem, um ligeiro golpe de vara; por seu lado, os que foram assim tocados, dão e recebem, golpes de vara de assistência.
Uma versão sincretizada da água de Oxalá é a lavagem do chão da basílica do Senhor do Bonfim que acontece, todos os anos, na Bahia, na quinta-feira precedente ao domingo do Bonfim. Alguns piedosos católicos tinham o hábito de lavar, zelosamente o chão da igreja. Um ato de devoção que não é particular a este templo. No Bonfim, porém, tomou um caráter diferente. Os descendentes de Africano, movidos por um sentimento de devoção, tanto ao Cristo como ao deus africano, fizeram uma aproximação entre as duas lavagens: a dos Axés de Oxalá e aquela do solo da igreja que leva o nome católico do mesmo Orixá. Os devotos aparecem em grande número a fim de participar da lavagem, na quinta-feira do Bonfim.
Esta festa é, atualmente, uma das mais populares da Bahia. Neste dia, as baianas, vestidas de branco, cor de Oxalá, vêm em cortejo à Igreja do Bonfim. Trazem à cabeça potes contendo água para lavar o chão da Igreja e flores para enfeitar o altar. São acompanhadas por uma multidão, onde sempre figuram as autoridades civis do Estado da Bahia e da Cidade de Salvador.
O arquétipo da personagem dos devotos de Oxalá é aquele das pessoas calmas e dignas de confiança; das pessoas respeitáveis e reservadas, dotadas de força de vontade inquebrantável que nada pode influenciar. Em nenhuma circunstância modificam seus planos e seus projetos, mesmo a despeito das opiniões contrárias, racionais, que os alertam para possíveis conseqüências desagradáveis dos seus atos. Tais pessoas no  entanto, sabem aceitar, sem reclamar, os resultados amargos daí decorrentes.
O imenso respeito que o Grande Orixá inspira às pessoas do candomblé revela-se plenamente quando chega ao momento da dança de Oxalufan. Com esta dança, fecha-se geralmente a noite, e os outros Orixás presentes vêm cercá-lo e sustentá-lo, levantando a bainha de sua de sua roupa para evitar que ele a pise e venha a tropeçar. Oxalufan, e aqueles que os escoltam, seguem o ritmo da orquestra que interrompem a cadência em intervalos regulares, levando-os a dançar alguns passos hesitantes, entrecortados de paradas, no decorrer do quais o conjunto de Orixás abaixa o corpo, deixa cair os braços e a cabeça, por um breve momento, como se estivessem cansados e sem forças. Não é raro ver pessoas que, vindas como espectadoras, deixam-se tomar pelo ritmo, dançam e agitam-se em seus lugares, acompanhando o desfalecer do corpo e a retomada dos movimentos, conjuntamente com os Orixás, num afã de comunhão com o Grande Orixá, aquele que foi, em tempos remotos, o Rei dos Igbos, longe, bem longe, em Iluayé, a Terra da África.

sábado, 12 de novembro de 2011

15 de novembro: Dia da Umbanda (102 anos)




15 de novembro: Dia da Umbanda (102 anos)


Criada há 102 anos e genuinamente ligada à cultura brasileira, a Umbanda mantém até hoje mais de 400 mil seguidores em todo país, sincretizando elementos do catolicismo, espiritismo e dos cultos afro. (...) ... a celebração representa uma luta contra a intolerância religiosa, e busca desfazer o receio e preconceito de pessoas que desconhecem a história e a formação da Umbanda, reprimida de maneira violenta nas décadas de 30 e 40, e considerada ilegal, permanecendo presa a este conceito até 1964. Nessa longa fase, os terreiros chegaram a ser invadidos por policiais, seus participantes foram presos e os locais fechados, relacionados a centros de sacrifícios e magia negra. Atualmente, cerca de 100 mil templos são frequentados pacificamente, oferecendo consolo espiritual. O Dia da Umbanda, que significa "conjunto das leis de Deus", é uma data que reúne luta e festa, fortemente enraizada na nossa cultura.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Folhas Sagradas



Ogbó


Jojòfà /Cipreste Marinho




Awùrépépé





Ewe Òwú



Étinpónlá



Gbegi



Jokónijé / Palma de Yemanjá


Iroko / Paineira


Wérénjéjé / Alga


Teté / Branda-Fogo







Ewé Lará / Mamona



Afére / Canela-de-Velho


Peregun


Agbaó / Imbaúba


Ewé Iná / Hortelã-do-Mato


Oriri




COMIDAS DE SANTO

VARIEDADES
EXÚ - Farofa - Dendê e Pinga.
OGUM - Feijão Preto com Cebola ( macundê ).
OXOSSI - Milho com Mel e Coco.
OSSAIN - Feijão Preto com Mel e Coco.
OBALUAIÊ - Pipocas.
XANGÔ - Quiabo ( Ajobô ).
OXUMARÊ - Batata Doce ou Amendoim Cozido com Casca e Mel.
OXUM - Ovos Cozidos, Camarões, Milho e Coco.
IANSÃ - Acarajés.
NANÃ - Folha de Mostarda com Arroz.
OBÁ - Divide com Xangô o Quiabo ( Amalá ).
EWÁ - Frutas.
IROCO - Verduras e Cebola.
IEMANJÁ - Arroz com Mel e Manjar Branco.
OXALÁ - Arroz Branco - Inhame Pilado e Cozido.
COMIDA PARA EXU
Material Necessário: Farinha, Azeite-de-Dendê, Mel de Abelha, Milho Branco, Figado, Coração e Bofe de Boi, Cebola, Camarão Seco Socado, Um Oberó
Maneira de Preparar:
Mi-Ami-Mi : É a farofa amarela ( farinha misturada com Azeite-de-Dendê ).
Padê Branco : É a farofa de Mel ( farinha de mandioca misturada com mel de Abelha ).
Acaçá Branco: O acaçá feito de milho branco de canjica, moído e enrolado na folha da bananeira depois de cozido.
Eram: Fígado, coração e bofe de boi, cortados em pedaços muídos, misturados com Azeite-de-Dendê, camarão seco socado e cebolas cortadas em rodelas, num oberó.

COMIDA PARA OGUM
Material Necessário: Inhame, Azeite-de-Dendê, Mel de Abelha
Maneira de Fazer:
Frita-se o inhame na brasa. Depois disso, descansa-se e tempera-se no Azeite-de-Dendê e o mel de abelhas.
ERAN - O Eran de Ogum é feito com miúdos de boi, cortados bem pequenos e cozidos no Azeite-de-Dendê. Depois, eles são passados num refogado de cebola ralada e estão prontos.
EFUN - Farofa de mel - mistura-se a farinha de mandioca com mel de abelhas e pronto. Pode-se colocar num Oberó, nos pés de Ogum, ou nas estradas, pedindo a Ogum que adoce os seus caminhos e suas estradas.

COMIDA PARA ODÉ ou OSHÓSSI
Material Necessário: Milho Vermelho, Coco, 1 Oberó
Maneira de Fazer:
Axoxón - É a comida mais comum de Oshóssi - cozinha-se o milho vermelho somente em água, depois deixa-se esfriar, coloca-se num Oberó e enfeita-se por cima com fatias de coco.

COMIDA DE OMOLU E OBALUAYIÊ
Doburu
Material Necessário: Milho Alho ( para pipoca ) ou milho vermelho, Areia da praia
Maneira de Fazer:
Numa panela quente com areia da praia, estourar o milho e está pronto o doburu.

Outras Comidas:

Material Necessário: Feijão Preto, Cebola, 1/2 K de Camarão Seco, Azeite-de-dendê
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o feijão preto, só em água, e depois refoga-se cebola ralada, camarão seco e Azeite-de-Dendê.

COMIDA PARA OSANYIN
Material Necessário: Batata-doce, Cebola, Azeite-de-Dendê, 1 Oberó
Maneira de Fazer:
Cozinha-se a batata-doce só em água. Depois, descança-se e amassa-se feito purê. Ai, mistura-se  num refogado de cebola ralada com Azeite-de-Dendê, e coloca-se tudo num oberó.

COMIDA PARA OSHUMARÊ
Material Necessário: Feijão Fradinho, Milho Vermelho, Cebola, Azeite-de-Dendê
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o feijão fradinho em água. Separado, cozinha-se o milho vermelho também em água. Depois, juntar o feijão e o milho, num refogado de cebola ralada com Azeite-de-Dendê.
Nota: Oshumarê e Ewá comem juntos. Oshumarê é a cobra macho e Ewá a cobra, chamados no Jejê de Dan-Bessén ou Azaundô.
Material Necessário: Milho Vermelho, Feijão Fradinho, Azeite-de-Dendê, Camarão Seco, 1 Oberó, 1 Inhame ( grande ), Ovos Cozidos, 1 Coco, 1 Litro de Mel
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o milho só em água. Separado, cozinha-se o feijão fradinho, também só em água. Refoga-se o feijão com Azeite-de-Dendê, cebola ralada e camarão seco socado. Coloca-se o feijão em metade de um oberó e, na outra metade o milho vermelho. Frita-se um inhame e coloca-se por cima em fatias, em volta, enfeita-se um ovos cozidos em rodelas, fatias de coco e coloca-se bastante mel de abelha por cima.

COMIDA PARA OXUM
OMOLOKUN
Material Necessário: Feijão Fradinho, Cebola, Camarão Seco Socado, Azeite-de-Dendê, 08 Ovos Cozidos
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o feijão fradinho só em água. Em seguida, tempera-se num refogado de cebola ralada com camarão seco socado de dendê. Coloca-se em uma tigela e enfeita-se por cima com 8 ovos, descascados.

COMIDA PARA YEMANJÁ
EJÁ
Material Necessário: Peixe de Qualidade Vermelho, Azeite Doce, Camarão Seco Socado, Cebola Ralada
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o peixe em refogado de azeite Doce com camarão seco socado e cebola.
DIBÓ
Material Necessário: Canjica Cozida, Azeite Doce, Camarão Seco Socado, Cebola Ralada
Maneira de Fazer:
Cozinha-se a canjica, tempera-se com azeite doce, camarão seco socado e cebola ralada.

COMIDA PARA YASÁN
ACARAJÉ
Material Necessário: Feijão Fradinho, Camarão Seco Socado, Cebola, Azeite-de-Dendê
Maneira de Fazer:
Coloca-se o feijão fradinho de molho em água, para descansá-lo cru. Depois, moesse o feijão e mistura-se com a cebola ralada, camarão seco socado e deixa-se a massa descansar, coberta por um pano ou uma pedra de carvão no meio. Depois, bate-se bem a massa para dar ponto, e fritam-se bolos tirados com a colher, no Azeite-de-Dendê bem quente.

COMIDA PARA OBÁ

Material Necessário: Feijão Fradinho, Cebola, Camarão Seco Socado, Azeite-de-Dendê, Farinha de Mandioca, 01 Oberó
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o feijão em água. Depois, mistura-se num refogado de cebola raladas, camarão seco socado, Azeite-de-Dendê e água. por cima, adiciona-se farinha de mandioca, fazendo um pirão e coloca-se num oberó.
Nota: Conta-se que Obá é a dona do amor e quando se quer solucionar uma questão de amor, oferece-se uma comida desta na beira do lago, com muitas velas e flores.

COMIDA PARA ANAMBURUCU
DAMBORÔ

Material Necessário: Folha de Taioba ou Mostarda, Cebola Ralada, Camarão Seco Socado, Azeite-de-Dendê
Maneira de Fazer:
Cozinha-se bem a folha de taioba ou mostarda,e em seguida tempera-se num refogado de cebola ralada, camarão seco socado e Azeite-de-Dendê.

COMIDA PARA SHANGÔ
AGEBÔ ou AGEGBÔ
Material Necessário :12 Quiabos, 1 Litro de Mel, Azeite-de-Dendê, Água, Carne de Peito
Maneira de Fazer:
Cortam-se os quiabos em pedacinhos bem pequenos, depois tempera-se com cebola ralada, camarão seco socado e Azeite-de-dendê. Cozinha-se bastante e depois mistura-se com rabada, ou carne de peito cozidos, cortadas em pedacinhos.

COMIDA PARA OXALÁ
EBÔ
Material Necessário: Canjica Branca, 1 Litro de Mel, Algodão, Água
Maneira de Fazer:
Cozinha-se a canjica somente em água. Depois de bem cozida, coloca-se numa vasilha branca, coloca-se bastante mel de abelhas e cobre-se com algodão.
ACAÇÁ
Material Necessário: Canjica Branca, Folha de Bananeira
Maneira de Fazer:
Moesse o milho de canjica, cozinha-se até dar até dar o ponto de ficar bem durinho e enrole os bolinhos na folha da bananeira.
INHAME ACARÁ
Cozinha-se o inhame e depois amassa-se feito um purê. Faz-se bolinhos na mão e coloca-se em pratos brancos. Oferece-se a Oxalá.
Nota: Todos os Orixás do Candomblé comem acaçá branco. Em cima da comida do Orixá, antes de oferecer-lhe, deve-se abrir um acaçá branco.

COMIDA DE CABOCLO
Material Necessário: Alface, Farinha de Mandioca, Mel de Abelha, Azeite de Oliva, Carne Crua, 01 Travessa de Barro
Maneira de Fazer: 
Faz-se uma salada de alface, com uma farofa d'água ou de mel, carne crua e azeite de oliva por cima, coloca-se tudo numa travessa de barro.
Outras Comidas:
Abóbora moranga, assada na brasa, com mel de abelha.Aipim ou mandioca, assado na brasa, com mel de abelha. Ebô ( canjica ) com fumo de rolo desfiado e coco. Mingau de milho vermelho com coco e fumo de rolo. Milho vermelho com coco e fumo de rolo desfiado. Amendoim cozido em água, com mel de abelhas. Vinho branco, moscatel e cachaça.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Umbanda Protegida


Umbanda Protegida




A Umbanda é duplamente protegida na forma da lei pela Constituição da República Federativa do Brasil. Outrossim, o artigo 208 do Código Penal Brasileiro prevê, para o crime de ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo, pena de detenção de um mês a um ano ou multa. Para que todas as pessoas que professam a Umbanda fiquem cientes dos seus direitos é bom observar com atenção os artigos constitucionais que podem e devem ser evocados quando qualquer cidadão sentir-se aviltado no que diz respeito à liberdade de crença religiosa.




O artigo 5º da Constituição Federal assegura:

"Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade."
Portanto, como a Constituição assegura que não deve haver distinção de qualquer natureza, católicos, protestantes, evangélicos, umbandistas, espíritas, budistas, muçulmanos, membros do Candomblé etc. são iguais em direitos e obrigações, estando, pois, submetidos às mesmas leis e devendo observar o inciso VI do artigo 5º da Carta Política de 1988, que diz:
"É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias."
 Ainda na Constituição Federal, o parágrafo 1º do artigo 215 deixa muito claro que a Umbanda, que é também evidente manifestação da cultura popular afro-brasileira, pode contar com a proteção do Estado para existir e resistir:

"O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e difusão das manifestações culturais.
Parágrafo 1º. O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e dos outros grupos participantes do processo civilizatório Nacional".

Na legislação infraconstitucional diretamente relacionada ao inciso VI do artigo 5º, o artigo 208 do Código Penal merece menção, haja vista que os crimes que define têm sido cometidos freqüentemente contra adeptos das religiões afro-brasileiras sem que se tomem providências primeiramente por uma nítida falta de interesse das autoridades e depois porque os adeptos, na maioria das vezes, não sabem que tais atos constituem crime.
"Artigo 208: Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente a violência".


Como fica a situação quando a policia, respaldada pelo poder do Estado, infringe a lei?
Se considerarmos que a proteção aos locais de culto e a suas liturgias é garantida na forma da lei, é dever da polícia, quando solicitada, prestar assistência aos adeptos para que possam cumprir seus rituais com segurança e não impedi-los, por exemplo, de fazer suas oferendas. Fazer uma oferenda a Exu numa encruzilhada é um direito, assim como é um direito do crente pregar em praça pública ou do católico fazer procissões. A polícia também não pode invadir um terreiro de Umbanda, a menos que observe os trâmites legais.
Todos têm direito à liberdade religiosa, que não atinge um grau absoluto, pois não são permitidos a nenhuma religião ou culto, atos atentatórios à lei, sob pena de responsabilidade civil e criminal. Um adepto de determinada religião, por exemplo, não pode evocar o inciso VI do artigo 5º da Constituição, ou seja, suas convicções religiosas, para livrar-se dos crimes estipulados no artigo 208 do Código Penal. Há que se observar o inciso VIII do artigo 5º da Constituição, que diz:

"Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei".

O Brasil, por meio do Pacto de São José da Costa Rica, se comprometeu a respeitar o sentimento religioso, avalizando o documento que no artigo 12.1 da Convenção diz:

"Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em público como em privado".

Devem os templos de Umbanda e seus responsáveis começarem a reivindicar os privilégios e isenções que a lei assegura aos ministros de confissão religiosa e às suas igrejas, como o direito a prisão especial, a contribuição à Previdência Social na qualidade de sacerdote e a desobrigação de recolher alguns impostos como o IPTU.
É importante também difundir a Lei nº. 7.716 de 5 de janeiro de 1989, não só entre as pessoas da Umbanda, mas para toda a sociedade, especialmente entre os negros que sofrem muito mais com o preconceito que, mesmo camuflado pelo mito da democracia racial, existe no Brasil. Isso serve para ratificar que o caminho para viver plenamente a cidadania é o da consciência, que passa, necessariamente, pelo reconhecimento das leis que asseguram os direitos de todos os cidadãos, brancos ou negros, crentes ou de Umbanda, ricos ou pobres.

As Cores e a Umbanda

Este trabalho aborda sobre o uso das cores, suas propriedades e sua utilização na Umbanda e na Cromoterapia.
        Devido à extensão do assunto o texto será dividido em 9 partes, serão apresentadas no Boletim Saravá Umbanda da seguinte maneira:
·                    As Cores e a Umbanda.
·                    Chacra Raiz e Chacra Umbilical
·                    Chacra do Plexo Solar e Chacra Cardíaco
·                    Chacra Laríngeo e Chacra da Testa
·                    Chacra Coronário e Propriedades Gerais da Cor.
·                    Propriedades Físicas e Fisiológicas da Cor e Propriedades Físico-Químicas
·                    As cores quentes do espectro
·                    A cor mediana e as cores frias do espectro
o                    Cores complementares, 
o                    Horários de predominância da cor na incidência Solar, 
o                    Técnicas de utilização das cores
o                    Técnicas complementares ,  
o                    Bibliografia.
        Sabemos que nós , os Umbandistas , lidamos com as cores de uma maneira toda especial ,diferente de outras Religiões. As corespossuem uma importância muito grande nos nossos rituais.
        Encontramos o uso das 
cores nas guias , nas roupas , nas velas e nas linhas de Umbanda.
        Para cada uma das linhas (ver:Orixás
) existe uma cor correspondente:

·                    Branca.................: Oxalá , Pretos-Velhos e almas.
·                    Azul....................: Iemanjá
·                    Marrom...............: Xangô
·                    Verde..................: Oxossi
·                    Amarela..............: Iansã
·                    Vermelha............: Ogum
·                    Rosa...................: Ibejis, crianças
·                    Roxa...................: Nanã , Eguns
·                    Branca e Preta......: Omulú, Pretos-Velhos
·                    Preta e Vermelha.: Exus
·                    Azul ....................: Oxum
·                    Verde, Vermelho e Branca: Cabloco
·                    Verde  água ........: Sereia
        Mas afinal , qual a importância das cores para o Homem?
        Como as 
cores agem no organismo e no estado de espírito das pessoas?
        Todos nós sabemos que desde que o homem surgiu na terra, os raios solares alimentaram-no e mantiveram-no aquecido e a 
cor da flora e da fauna foram relevantes para determinar o seu humor e temperamento.
        A ciência que emprega as diferentes 
cores para alterar ou manter as vibrações do corpo na freqüência que resulta em saúde, bem estar e harmonia é denominada Cromoterapia ou Colorterapia. 
        Cromoterapia é a utilização da radiação cósmica (energia cósmica) -- que se exterioriza pelo espectro solar nas diferentes 
cores que conhecemos --, em função terapêutica de equilíbrio e saúde, em decorrência de sermos fruto também dessa mesma radiação tanto na nossa natureza físico-material quanto energética-sutil ou espiritual. 
        Pelo lado sutil, os chacras, que são rodas de luz e cor em movimento: 
·                    fazem a captação das energias superiores ou cósmicas e as transmutam numa forma utilizável pela estrutura humana; e
·                     
·                    assim nos sustentam energeticamente, aumentando e vitalizando a nossa força vital.